O Controle financeiro é essencial no processo de gestão de uma empresa, e para que isso ocorra, é fundamental um sistema de controle de fluxo de caixa. Assim, um dos relatórios que auxilia nessa administração é o DFC – Demonstração dos Fluxos de Caixa.
O DFC, ou demonstração dos fluxos de caixa, é o controle de entradas e saídas durante determinado período. E, consequentemente, é o resultado dessa movimentação também. O DFC ajuda a entender e analisar a capacidade de uma empresa de gerar caixa e equivalentes de caixa por meio dos seus pagamentos e recebimentos.
A entidade deve elaborar a demonstração dos fluxos de caixa de acordo com os requisitos da Norma NBC TG 03 e deve apresentá-la como parte integrante das suas demonstrações contábeis apresentadas ao final de cada período.
Os usuários das demonstrações contábeis de uma entidade estão interessados em saber como é gerado e utilizado o caixa e equivalentes de caixa, pois, precisam dos mesmos para levar a efeito suas operações, pagar suas obrigações e proporcionar um retorno para seus investidores.
As empresas devem apresentar seus fluxos de caixa advindos das atividades operacionais, de investimento e de financiamento da forma que seja mais apropriada aos seus negócios. A classificação por atividade proporciona informações que permitem aos usuários avaliar o impacto de tais atividades sobre a posição financeira da entidade e o montante de seu caixa e equivalentes de caixa. Essas informações podem ser usadas também para avaliar a relação entre essas atividades, deste modo a demonstração deve conter as seguintes atividades:
Atividades Operacionais
São as principais atividades geradoras de receita da entidade e outras atividades que não são de investimento e tampouco de financiamento. Devem ser consideradas as entradas e saídas de caixa vinculadas ao objeto social da empresa, ou seja, sua atividade operacional. Alguns exemplos podem ser o pagamento de fornecedores ou de funcionários e o recebimento de vendas.
Atividades de Investimento
São referentes à aquisição e à venda de ativos de longo prazo e de outros investimentos não financeiros. Devem ser inseridas as previsões relacionadas à aquisição de ativos a serem utilizados na operação. Também neste agrupamento são consideradas as negociações de participações em outras empresas.
Atividades de Financiamento
São aquelas que resultam em mudanças no tamanho e na composição do capital próprio e no capital de terceiros da entidade. Devem ser inseridas as previsões de aportes de recursos originados dos acionistas ou cotistas e o seu retorno como distribuição de lucros, ou dividendos. Também são classificadas as movimentações referentes a empréstimos, tais como, captações e amortizações.
Métodos Para Elaboração do Fluxo de Caixa
São dois os métodos de se elaborar a DFC, quais sejam:
Direto
O método direto, segundo o qual as principais classes de recebimentos brutos e pagamentos brutos são divulgadas. Ou seja, consiste em classificar os recebimentos e pagamentos de uma empresa utilizando as informações da tesouraria. É como estar dentro da tesouraria, você irá relatar o que foi pago e recebido num determinado período, separando-as conforme as atividades: operacionais, investimentos e financiamentos.
Indireto
O método indireto, segundo o qual o lucro líquido ou o prejuízo é ajustado pelos efeitos de transações que não envolveram o caixa, pelos efeitos de quaisquer diferimentos ou apropriações por competência sobre recebimentos de caixa, ou pagamentos em caixa operacional passados ou futuros, e pelos efeitos de itens de receita ou despesa associada com fluxos de caixa das atividades de investimento ou de financiamento. Consiste em reconciliar o Lucro líquido do exercício apurado contabilmente pelo regime de competência, com o Caixa líquido do período apurado segundo o regime de caixa.
O Método Indireto é, basicamente, uma reconciliação do resultado líquido com as movimentações das contas do balanço, pois essas contas refletem a movimentação operacional que houve na empresa, tudo que a empresa fez, com consequência na DRE e no Caixa. Porém existem despesas e receitas que não tem impacto em caixa e equivalentes de caixa, exemplo: Depreciação, amortização, exaustão e resultado de equivalência patrimonial, mas passam pela DRE, por isso, devem ser adicionadas ao resultado do período para efeitos da DFC.
A geração operacional de caixa
Toda vez que uma conta do passivo aumenta, libera recursos para o fluxo de caixa. Inversamente, toda vez que uma conta do passivo diminui, retira recursos do fluxo de caixa. Por exemplo, toda vez que a conta “Fornecedores” aumenta, (pode ser que os fornecedores tenham dado mais crédito para a empresa, como pode ser que a empresa esteja atrasando os seus pagamentos aos fornecedores, não importa o motivo) isso libera recursos para o fluxo de caixa. E ao contrário, pagando os fornecedores, retira recursos do fluxo de caixa.
Por outro lado, toda vez que uma conta do ativo diminui, libera recurso para o fluxo de caixa. Inversamente, toda vez que uma conta do ativo aumenta, retira recursos do fluxo de caixa. Como, por exemplo, sempre que a conta “Duplicatas a Receber” aumenta, (pode ser que os clientes tenham recebido mais créditos da empresa, seja qual for o motivo) isso retira recursos do fluxo de caixa. E da mesma forma acontece se diminui a “Duplicatas a Receber”, liberando recursos ao fluxo de caixa.
Obrigatoriedade
A elaboração da DFC é obrigatória para diversos tipos de empresas. Para as sociedades de capital aberto ou com patrimônio líquido superior a R$ 2 milhões, a obrigatoriedade foi determinada pela lei nº 11.638/2007, que entrou em vigor em 2008. Já para as Pequenas e Médias Empresas (PMEs), a determinação está na NBC TG 1000.
A demonstração deve ser apresentada pelo menos uma vez por ano, junto aos outros relatórios contábeis presentes no balanço da empresa. Sua obrigatoriedade tem relação com o fato de que, por meio de análises e auditorias, é possível entender mais não apenas sobre a saúde financeira da empresa, mas também buscar erros e possíveis fraudes contábeis.
Benefícios da informação dos fluxos de caixa
A demonstração dos fluxos de caixa proporciona informações que permitem que os usuários avaliem as mudanças nos ativos líquidos da entidade, sua estrutura financeira e sua capacidade para mudar os montantes e a época de ocorrência da DFC, a fim de adaptá-los às mudanças nas circunstâncias e oportunidades.
O relatório auxilia na tomada de decisões futuras dentro da empresa, avaliando a necessidade de empréstimos ou a possibilidade de novos investimentos. Também é um método de fazer comparações com o passado da empresa, podendo assim avaliar seu crescimento.
Como pode ser observado, o planejamento da DFC em uma empresa é tão importante quanto sua projeção de resultados, pois existem vários fatores na operação que podem comprometer a situação financeira; e dessa forma, podemos ter as informações de uma forma simplificada e organizada, visando todos os seus aspectos.
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Por: Giuliana Norato Vigário.